segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ser Cidadão Vs Ecocidadão



O Homem é mais do que um feixe de relações visto que, se as relações são, muitas vezes, inevitáveis, os vínculos traduzem um acto de escolha, uma deliberação. Por isso somos sempre responsáveis pelos vínculos que cativamos. Cidadão não é um ser imaginário ou uma abstração. Cidadão só existe na relação com seu concidadão. Assim, a cidadania é o vínculo entre os cidadãos, é o que, justamente, os torna cidadãos. Uma sociedade é formada por cidadãos e não simplesmente por indivíduos. 
A cidadania comporta um feixe de manifestações e pressões sociais exercidas por indivíduos, associações, coletividades ou grupos sociais na defesa de seus interesses, pois ela é um processo histórico de conquistas populares, por meio das quais, uma sociedade vai se tornando consciente e organizada, capacitando-se a conceber e efetivar um projeto próprio de desenvolvimento.
O Estado Angolano, um estado democrático,assiste hoje à mobilização de ONGs, Fundações e movimentos de grupos, classes, categorias, na reivindicação de direitos ou ações que busquem sua efetividade, é uma prática bem comum a manifestação de cidadania, porque o cidadão não pode ficar impávido as mudanças que ocorrem quando estas não o beneficiam, o dever do estado é garantir o bem comum, criar a união na multiplicidade, porque apesar de cada um de nós ter as suas necessidades, seus medos, seus desejos, seus segredos e escolhas, todos buscamos apenas por um sumo bem, o bem maior para cada um, essa busca pode ser alargada para o sumo bem comum, um bem maior para todos.


Contudo, além de ser cidadãos, precisamos ser ecocidadãos. Importa sim, se o estado cumpre ou não com suas obrigações, mas muito mais importante que isso, é o cuidado com o próprio homem, o cuidado e  maior preocupação com a sua principal fonte de recursos que é a natureza. Tudo que nós utilizamos para nossa sobrevivência, vem da natureza. Cada um de nós deve ser responsável pela natureza e sua preservação. Através de gestos simples como: Não deixar a torneira aberta quando se escova os dentes; plantar 10 árvores quando abater uma; antes de realizar uma actividade, fazer um estudo do seu impacto sobre o ambiente; criar programas de sensibilização e preservação ambiental; ter sempre em mente que uma acção local pode ter um impacto global; pensar na reutilização do papel ao imprimir algum documento interno da empresa, estas e outras atitudes, são atitudes que mostram que o homem e a natureza não são inimigos e devem andar de mãos dadas pois se os recursos naturais se esgotarem, será o fim da própria humanidade.


Hoje a sociedade nos força ao consumismo exagerado, mas cada um de nós é capaz de encontrar soluções mais sustentáveis e que sejam mais práticas como a utilização de um mesmo espaço para várias actividades. As empresas ecocidadãs, tem sempre em sua linha de acção os cuidados com as questões ligadas a alguns procedimentos básicos de saúde, segurança e preservação ambiental. Hoje em dia, uma empresa com bases ecológicas no seu pacote de responsabilidade social, tem melhores possibilidades de ser bem sucedida e mais facilmente vê suas portas abertas pela capacidade de influenciar outras empresas a gerar rendas sem, no entanto, destruir a natureza. Uma empresa ecocidadã não está preocupada apenas com o seu negocio, ela se preocupa, acima de tudo, com o bem estar de todos envolvidos e com a preservação da sua principal fonte de geração de rendas, a natureza. A isso eu chamo "Qualidade de Vida no Encontro Com a Natureza".

sábado, 17 de janeiro de 2015

Um Novo Perfil Profissional

A juventude diariamente é chamada a despertar e mostrar o seu potencial, mostrar suas habilidades, suas capacidades e ajudar a mudar a ideia errada que existe de que a juventude de hoje está “PERDIDA”.




Uma forma de fazer isso é o jovem ser AMBICIOSO. Quando falo de ser ambicioso, não falo de agir querendo tudo para si ou agir de forma egoísta. Refiro-me a AMBIÇÃO DE PROPÓSITOS, ambição de objectivos.

O jovem hoje, se quiser ser bem sucedido, precisa ter ambição nos seus propósitos, sonhar cada vez mais alto e não se contentar com o suficiente. Cada Jovem desta angola precisa ter em mente e agir de formas a que cada dia seja uma oportunidade de superar o anterior, se o ontem foi bom, o hoje deve ser melhor que o ontem e assim por diante, isso é ambição de propósito e para ter isso, o jovem precisa se empenhar firme naquilo que faz, precisa ter uma CAUSA DIÁRIA e estar COMPROMETIDO com esta causa, só assim será bem sucedido.

                                          
É cada vez mais presente nas organizações [EMPRESAS] a exigência por um NOVO TIPO DE TRABALHADOR, que tome atitudes mais elaboradas e intelectualizadas.

As empresas parecem não mais necessitar de profissionais estritamente técnicos, mas de pessoas voltadas para processos de interpretação, elaboração e transformação, ou seja, em lugar de uma especialização rígida, busca-se maior flexibilidade, raciocínio lógico e capacidade de adaptação, de aprendizado, de comunicação, de trabalho em equipe, de TOMADA DE DECISÃO, de avaliação dos resultados e de identificação e solução de problemas. 

Entretanto, para obter esse novo tipo de trabalhador, as empresas não podem depender exclusivamente da oferta do mercado de trabalho.  As organizações têm a possibilidade de formar internamente os profissionais com o perfil ideal, preparando-os para lidar com as mudanças intrínsecas ao novo processo produtivo.

Através de treinamento actualizado, os funcionários tornam-se mais adaptáveis às mudanças, criando condições para sua permanência na empresa e para concorrência com a mão-de-obra externa, falo da concorrência com a mão de obra externa porque nos últimos dias, temos notado a existência de cada vez mais profissionais expatriados no nosso mercado, a concorrer pelas mesmas vagas que nós nacionais, precisamos estar preparados para todo tipo de concorrência. Mas isso só é possível se o funcionário em questão mostrar indícios de QUERER DESENVOLVER, mostrar o seu potencial e indícios de ser um trabalhador de sucesso. É necessário que o Jovem trabalhador seja comprometido com o seu trabalho, que é a sua causa.


Um certo tipo de MERITOCRACIA está sendo formado, na mente dos líderes da actualidade, para que permaneçam nas organizações, como em uma selecção natural, somente pessoas realmente adequadas à execução dos serviços propostos, pessoas que mostrem potencial na execução das actividades requeridas e com poder de tomada de decisão, pessoas PRO-ACTIVAS, aquelas que estão numa posição por mérito próprio.

JOVEM ANGOLANO, lutador nato, você está pronto para ser esse novo modelo de profissional?

Desperte para o TEU FUTURO e seja BEM SUCEDIDO.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Luanda está a Dar Medo



Mais uma vez paro para pensar no que se passa com a nossa sociedade.

Depois de uma onda de omicídios que preocupava toda gente, agora estamos numa corrente de assaltos. Parece que agora em Luanda o papel inverteu-se, a policia está parada e os marginais estão a tomar conta de tudo que está “de patas para o ar”.

Há já alguns meses que a cidade de Luanda recuperou o índice de violência, sendo Viana o ponto principal. No caso de Viana, há muito que os marginais têm brincado as barbas da polícia assaltando e matando sem ser repudiados pois a polícia parece não saber como agir. Aqui vão alguns casos de Viana:

Assaltantes entram em residencia, violam mulher, levam bens e saiem impunes. População liga para a polícia que não aparece ao local.

Assaltantes entram em lanchonete, rendem trabalhadores, roubam os bens e mais uma vez saiem impunes. No dia seguinte apresenta-se a participação a polícia e nada é feito além de uma resposta: “Nós não sabemos o que fazer, não podemos prender porque eles quando saiem da prisão procuram o polícia que prendeu para fazer vingança” palavras de um agente.

Assaltantes passam na esquina, matam vendedor de saldo e levam os seus bens e como é habitual, saiem impunes. 
Um cidadão português é morto a tiro na sequencia de um assalto em Viana, que visou o roubo do dinheiro que tinha acabado de levantar de um banco. Os assaltantes dispararam três vezes, atingindo uma perna, um ombro e o peito, face à resistência oferecida para entregar a pasta onde tinha os mais de 600 mil kwanzas (cerca de cinco mil euros) que tinha acabado de levantar do banco. As investigações para a descoberta dos autores do crime foram  iniciadas pela polícia e não se sabe quais foram os resultados.

 Assaltantes furam parede de morador, levam pertences e como é óbvio a policia recebe participação e nem patrulha faz-se.

Mais casos de Viana:  
Caso 300: Presume-se que um grupo de miliantes denominado “Os 300” fez vários assaltos na Zona verde e nada aconteceu, até que os mesmos assaltam e matam um agente da polícia. Em retaliação a policia conseguiu matar dois e os demais vingaram-se na população. Até hoje, ninguem pode circular a vontade na Zona Verde depois das 18H00  porque os trezentos estão a roubar e a matar a sério na Zona Verde.

Caso 200: Mais uma presunção de que a polícia cansada de prender sempre os mesmos bandidos, libertou 200 deles para os matar fora da prisão, infelizmente, caso seja verdade, enquanto a polícia não mata, eles roubam e matam a população que mais uma vez paga pela falta de acção da polícia. Talvez sejam estes que começaram a nova onda de assaltos em Luanda.

A única verdade em tudo isso, é que, mais uma vez estamos perdidos e inseguros em nossa própria casa sem ter quem nos proteja. As cadeias estão cheias de ladrões de galinhas e de pessoas que apenas manifestam o seu descontentamento com a real situação do pais.  Hoje ninguem sai de casa descansado porque, mesmo a dormir no nosso espaço de conforto, podemos ser surpreendidos e perder a nossa vida.

O que será que a nossa polícia já pensa em fazer? Digo, além de ficar a “mixar” com os automobilistas e zungueiras(os)? 
 
Talvez também eu seja repreendido por escrever isso, mas Luanda está a dar medo.

Sei que o que vou dizer agora será visto por muitos como desumano, mas sinto saudades da época em que a polícia matava os bandidos pois no Rangel, depois de muitas mortes, os assaltos deixaram de existir. Não digo o mesmo de outros municípios porque não sei qual é a realidade, mas no Rangel deu certo.

A polícia precisa agir com urgência, antes que percamos a pouca confiança que já temos nela.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Poligamia – Cultura Africana


É constante ouvir em conversas de mais velhos que «A poligamia faz parte da cultura africana – no nosso caso, angolana» mas, é chegada a hora de dar uma olhada na poligamia e analisar se ela é realmente um aspecto que deve ou não ser considerado.

família é o núcleo da sociedade e este núcleo deve ser recheado de valores para poder construir uma sociedade de valores. Cultura faz parte do desenvolvimento da sociedade, mas existem aspectos culturais que chegam a ridicularizar certos povos pois são aspectos que não dignificam o homem e a sociedade em si.
Ao decidir passar o resto da nossa vida com uma mulher, estamos a afirmar que esta é a mulher que amamos e que nos completa, a metade da nossa metade. A verdadeira voz da nossa razão. A mulher a quem queremos fazer feliz e queremos que nos faça feliz.
Ao nos lançarmos a determinada altura numa outra relação, com uma outra mulher, poligamia, estaremos a agir pensando na nossa companheira ou somente em nós? Será que estaremos a mostrar que amamos a mulher a quem juramos fidelidade? O homem que se lança numa aventura destas, é assim que eu chamo a poligamia, está a decidir deixar de ter com sua parceira uma relação aberta pois terá que omitir muitos aspectos da sua rotina diária que estão relacionados com a outra mulher. E como se não bastasse, a atenção dos filhos também será dividida estando assim comprometido o acompanhamento que os filhos carecem do pai, principalmente rapazes que precisam de um modelo masculino a quem seguir. Como não somos capazes de amar as pessoas a igual medida, teremos sempre aqueles que se sentirão excluídos, tanto nos filhos como mulheres. Teremos filhos que não conhecem a sua família, que não têm um bom relacionamento com seus meio irmãos, sem contar com o risco de termos mulheres a lutar no dia de receber a mesada que nunca chega para sustentar as duas ou mais famílias de um único homem. Teremos irmãos que se odeiam profundamente porque uns acham que o pai só dá atenção a outros. E assim teremos uma sociedade dividida porque as famílias são rivais. O pano preto não fica por aqui, em casos mais extremos, quando os filhos acordam para a realidade e descobrem que tudo acontece porque o pai não conseguiu se conter e teve que criar toda esta confusão arranjando uma e outra mulher, tendem a virar-se contra o pai e tornarem-se em grandes inimigos.

Dos muitos homens com quem tive o prazer ou desprazer de conversar, as opiniões variavam: sou polígamo porque meu pai também foi; Abraão também foi polígamo; não podemos comer somente peixe, temos que variar; a poligamia é cultura; um dia estarás envolvido nisso e saberás o porque. Estas foram muitas das respostas que obtive ao questionar as pessoas sobre o facto de se tornarem polígamas. Já as mulheres, na sua maioria diz ser contra a poligamia com excepção daquelas que são segunda ou terceira mulher.
É verdade que a poligamia é uma prática muito antiga, encontrada em muitas sociedades humanas. A Bíblia de facto não condenou a poligamia mas também não comandou. O Antigo Testamento frequentemente relata casos de poligamia. Dizem que o Rei Salomão teve 700 esposas e 300 concubinas (Reis 11:3). Também o Rei Davi teve muitas esposas e concubinas (2 Samuel 5:13).
Mas vejamos o que Diz Génesis 2, 18 « Não é bom que o homem viva só, vou fazer-lhe uma ajudadora como complemento dele. Notemos que Deus não diz que vai fazer ajudadoras e sim uma ajudadora. O Antigo Testamento tem algumas injunções em como distribuir a propriedade de um homem entre seus filhos de diferentes mulheres (Deuteronómio 22:7). A única restrição com relação à poligamia é a proibição de tomar uma irmã da esposa como uma esposa rival (Levítico 18:18). 
Os judeus orientais praticavam a poligamia regularmente até a chegada a Israel, onde ela foi proibida por lei. Contudo, na lei religiosa, que sobrepuja a lei civil em tais casos, a poligamia é permitida.


E com relação ao Novo Testamento? É verdade que Jesus não falou contra a poligamia, embora ela fosse praticada pelos judeus de sua época. Mas em I coríntios 7,2 o apóstolo Paulo fala que tanto homem como mulher devem ter «seu próprio marido ou mulher» e não maridos ou mulheres. Por uma questão de princípios, a igreja proibiu a poligamia, a fim de se adequar à cultura Greco-romana (que prescrevia somente uma esposa legal, enquanto que tolerava o concubinato e a prostituição). 
O Alcorão também permitiu a poligamia, mas não sem algumas restrições: "Se vós temeis não serdes capazes de conviver justamente com os órfãos, casai com mulheres de sua escolha, 2 ou 3 ou 4 vezes; mas se temerdes que não sereis capazes de conviver justamente com elas, então casai somente com uma". O Alcorão, ao contrário da Bíblia, limitou o número de esposas a 4, sob a estrita condição de que as esposas sejam tratadas igualmente. Isto não deve ser entendido como uma exortação a que os crentes pratiquem a poligamia, ou que a poligamia seja considerada como um ideal. Em outras palavras, o Alcorão "tolera" ou "permite" a poligamia, e não mais, mas por que? Por que a poligamia é permitida? A resposta é simples: há lugares e épocas em que razões morais e sociais compelem para a poligamia. Como os versos do Alcorão acima indicam, a questão da poligamia no Islam não pode ser entendida como parte das obrigações da comunidade com relação aos órfãos e viúvas. O Islam, como uma religião universal, aplicável para todos os lugares e tempos, não poderia ignorar essas pressões.


É verdade que cultura são os hábitos de um certo povo. Mas será que todos os hábitos devem ser conservados? Será que o costume é mais importante que o bem estar das famílias?
Somos os jovens de agora e adultos do futuro. Será que são estes (des)valores que queremos transmitir aos nossos filhos? O que será que acontece com a segunda mulher quando fica sozinha em casa a espera do marido que se encontra em outra casa durante uma semana? Será que ela continua a espera do homem, fiel e paciente? Ou lança-se em outras aventuras? Será que não estamos a procura de doenças? Porque é que as mulheres conseguem conter o desejo de estar com outros homens e os homens não?
Se a poligamia é realmente um aspecto cultural do povo angolano a ser respeitado eu não sei. Mas sei que talvez um dia quando todos nós (homens) conseguir-mos colocar-nos no lugar das mulheres, este mal será ultrapassado e visto como um desvio ao que é normal.
José Africano Vemba


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Álcool - Uma droga que mata a sociedade


Uma droga que mata a sociedade


O álcool é sem dúvidas uma das drogas mais antigas usada pelo homem e aceite socialmente. Facilmente as pessoas deixam-se levar pelas falsas sensações que o uso desta droga cria para o seu consumidor. O que muitas pessoas ignoram é o facto de o uso do álcool ter consequências muito perigosas e desconhecidas.

Grande parte das pessoas faz uso do álcool por ser um estimulante e realmente o álcool inicialmente pode induzir a desinibição, euforia, falsa segurança de si mesmo, agressividade ou grandes impulsos sexuais. Estas características, aparecem apenas no inicio, depois desta fase, progressivamente outras características começam a surgir, a pessoa pode cair em estados elevados de depressão, relaxamento excessivo, sonolência, visão fusca, diminuição da capacidade de reacção, descoordenação muscular, deterioração da capacidade de reacção, diminuição da capacidade de raciocínio, aprendizagem, mudanças no estado de animo, irritabilidade, amnésia, fadiga muscular e muitas outras reacções. Ou seja, o organismo depois de uma certa quantidade de álcool, vai reagindo de diversas formas de acordo com o estado em que o álcool encontrar o corpo. Hoje em dia, na nossa sociedade, Luanda, o álcool tem sido uma das principais causas do fraco aproveitamento dos estudantes, principalmente no ensino médio e universitário, justamente por uma das consequências do uso do álcool – a diminuição da capacidade de aprendizagem e raciocínio.
Muitos indivíduos depois de consumir o álcool, sentem-se demasiado confiantes de si mesmos, acreditam ser invencíveis, tudo isso deve ao facto de o álcool provocar uma depressão do sistema nervoso que pode despoletar em comportamentos perigosos como a vontade de acelerar quando está a conduzir ou ainda fazer ultrapassagens.


Quando o consumo do álcool for excessivo e induzir a um consumo crónico, os efeitos tornam-se devastadores para o organismo como: a deterioração e atrofia do cérebro, anemia, redução das defesas no sistema imunitário, alterações do funcionamento do coração, gastrites e úlceras, inflamação do pâncreas e cancros cerebrais.

As consequências não são somente estas, a nível psicológico e neurológico também existem outras consequências como irritabilidade, insónias, delírios e também a demência alcoólica.
Em ultima instancia, quando o consumo excessivo provoca uma intoxicação aguda, pode ocorrer uma amnésia temporária, coma etílico e morte por depressão cardio respiratória.
O álcool não prejudica só o consumidor como também a sociedade, pois o álcool é uma das principais causas da desintegração familiar, violência familiar e absentismo laboral, ou seja, por a pessoa experimentar uma grande euforia, pode tornar-se agressiva no trato as demais pessoas e principalmente mulheres e crianças. Como consequência do uso do álcool, depois disso vem a ressaca que faz com que as pessoas não consigam cumprir coma as suas funções colocando em risco o desenvolvimento social.
Uma outra consequência do uso do álcool é a chamada tolerância negativa, que é o caso em que a pessoa fica completamente embriagada com o consumo de uma pequena quantidade de álcool.


Estas são apenas algumas das consequências do consumo de álcool. Actualmente o numero de mortes pelo uso de álcool e drogas tem aumentado no seio da juventude, uma situação que devia nos levar a reflectir seriamente sobre isso. Grande parte das pessoas atribui a culpa do uso abusado do álcool as dificuldades da vida, mas a verdade é que todo homem, rico ou pobre, negro ou branco, cristão ou ateu, jovem ou velho, é capaz de enfrentar a vida sem recorrer as drogas ou ao álcool, são vícios que só nos levam a destruição, são vícios que numa aparente sensação de paraíso, paz e relaxe, aos poucos vão nos tirando a vida e a liberdade, todos somos capazes de resolver nossos problemas, enfrentar nossas dificuldades sem recorrer ao uso excessivo do álcool.

José Africano Vemba

Violência Doméstica - Destruidora da Sociedade




Há algum tempo que a expressão «Violência doméstica» passou a fazer parte do quotidiano angolano. Em parte porque têm sido cada vez mais divulgados os casos de violência e também porque na maioria dos casos os agressores saem impunes. Apesar de que actualmente a violência passou a estar generalizada, não afectando só as mulheres mas também os homens, as mulheres continuam a ser as maiores vítimas da violência.
Em Angola, o sistema jurídico tem criado leis que ajudem a acabar com este crime mas das doze formas de violência doméstica apenas, as ofensas corporais com ferimentos, o homicídio, a difamação, a injúria estão tipificados como crime no código penal. As restantes, sobretudo os actos de violência doméstica mais dramáticos, fuga a paternidade, despejo familiar, ameaças, adultério, poligamia, ofensas morais e psíquicas não estão tipificadas como crime.

Em muitos casos de violência os agressores ficam impunes porque as vítimas depois de um certo tempo decidem retirar a queixa antes feita e em muitos casos nem sequer uma queixa oficial é feita, talvez por medo de uma nova agressão ou numa tentativa de não se envolver em escândalos. O que as pessoas envolvidas em casos de violência domestica não entendem é que ao não apresentar uma queixa ou retira-la, estão a beneficiar o infractor e incentivá-lo a continuar com esta prática que põe em risco a vida humana.


Em muitos casos de violência, quando envolve-se famílias com filhos, as crianças são as mais afectadas e esta situação pode comprometer seriamente as suas actividades futuras. Ou seja:
Ø  O filho que cresce vendo seu pai a bater constantemente na mãe, vai mentalizar que quando a mulher erra deve ser espancada e fazer disso uma norma tornando-se num agressor  transformado pela violência de seu pai).
Ø  A menina que cresce vendo a mãe a apanhar sempre porrada do pai, vai deduzir que a mulher deve tolerar a porrada porque isso é normal, viu a sua mãe a tolerar estes actos de violência e passará a permitir que seu marido faça o mesmo.
Desta forma teremos uma sociedade violenta e que tolera a violência doméstica pois acredita que a mulher, quando não se comporta bem, deve ser espancada. Que lugar estaremos a dar ao diálogo no meio de tudo isso? Onde estaremos a colocar aquele amor que um dia afirmamos ter pela nossa parceira?
Apesar de que grande parte das crianças que crescem em lares em que a violência doméstica é pão de cada dia tornem-se violentas, ainda existem aquelas que perante a violência tiram uma lição de vida:
Ø  Minha mãe sofreu muito com a violência de meu pai e por isso eu não posso permitir que a minha mulher passe por isso, apenas vou ama-la e sempre que tivermos um problema vou conversar com ela.
Ø  Minha mãe sofreu por tolerar sempre as agressões de meu pai, eu não vou permitir que o mesmo aconteça comigo e por isso, o homem que levanta a mão contra mim não merece meu amor, será denunciado a policia.

A violência nunca foi solução para a resolução de problemas domésticos, na verdade ela só ajuda a desintegrar a família que é o núcleo da sociedade. Assim, com a família Angolana em crise, também o pais fica em crise, crise de valores, em que a sociedade torna-se cada vez mais violenta e deixa de ter amor.
Uma coisa que digo sempre as minhas irmãs e amigas é que: se o homem já mostrou ser agressivo no namoro, é porque vai ser agressivo no casamento e por isso o melhor é afastar-se dessa pessoa. Se no namoro, em que as pessoas tendem a mostrar os seus hábitos negativos ele não hesita em agredir, no casamento como será?
A violência doméstica não faz bem a ninguém e por isso ao mínimo indicio de violência o melhor mesmo é fugir ou aconselhar a pessoa a buscar acompanhamento médico para tratar do seu ser violento.
DIGA NÃO A QUALQUER TIPO DE VIOLÊNCIA E DESPERTA PARA UMA ANGOLA MELHOR

José Africano Vemba

Xé miudo não fala política.


Xé miudo não fala política.

Esta é a frase que tem entrado constantemente nos meus ouvidos e dado cabo dos meus olhos.
Em resposta a isso que apresentar o seguinte:
O facto de ser um cidadão pertencente a um pais com um sistema politico que representa (ou deveria representar) os interesses do povo, como cidadão as decisões politicas me afectam de todas as formas e por isso devo votar para escolher aquele que melhor representa os meus interesses. Ora, para poder analisar se os meus interesses estão a ser bem representados ou não eu preciso estar por dentro da vida politica do meu pais, isto não significa que eu tenho que ser associado a um determinado partido politico mas que eu devo me identificar com aquele partido que melhores planos tem e que sabe materializa-los, pois não basta ter planos – há que materializa-los. Assim, ao dar o meu voto a determinado partido, terei que obter regularmente informações relacionadas as suas actividades e é nisso que consiste o envolvimento do cidadão na vida politica do seu pais. A falta de habitação, a falta de qualidade na saúde, o fraco acesso ao sistema de ensino, as constantes violações aos direitos humanos e outros problemas que a minha sociedade enfrenta, são problemas que devem ser resolvidos pelos políticos que um dia foram eleitos pelo povo a nos representar na assembleia nacional. Apresento a ainda os seguintes silogismos:
Os problemas do povo são resolvidos pelos políticos
Eu sou o povo
Logo os meus problemas são resolvidos pelos políticos
E ainda
A democracia é o poder do povo em favor do povo
Eu faço parte do povo
Logo a democracia é o meu poder em favor de mim e dos meus irmãos
E assim, de silogismo a silogismo vamos alcançando a mais pura verdade de que todo o povo deve estar envolvido na vida politica de seu pais.
Quando a EDEL complica o abastecimento de energia o problema é do ministério da energia e afecta o povo (eu).
Quando a ELISAL não recolhe o lixo com regularidade, eu como povo é que sou afectado.
Quando o meu pais não experimenta uma qualidade devida razoável, aceite dentro dos padrões considerados normais, o problema é do governo que foi eleito para resolver os problemas do povo e obviamente me afecta directamente.
Como querem que eu não fale política se tudo é política?
Para terminar digo que só deixarei de falar de política quando um dia existirem no meu pais a justiça e igualdade, a democracia verdadeira e a qualidade de vida para todos. Não devo ser condenado pelos meus sentimentos expressos. Dizer a verdade não é um delito.