sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Álcool - Uma droga que mata a sociedade


Uma droga que mata a sociedade


O álcool é sem dúvidas uma das drogas mais antigas usada pelo homem e aceite socialmente. Facilmente as pessoas deixam-se levar pelas falsas sensações que o uso desta droga cria para o seu consumidor. O que muitas pessoas ignoram é o facto de o uso do álcool ter consequências muito perigosas e desconhecidas.

Grande parte das pessoas faz uso do álcool por ser um estimulante e realmente o álcool inicialmente pode induzir a desinibição, euforia, falsa segurança de si mesmo, agressividade ou grandes impulsos sexuais. Estas características, aparecem apenas no inicio, depois desta fase, progressivamente outras características começam a surgir, a pessoa pode cair em estados elevados de depressão, relaxamento excessivo, sonolência, visão fusca, diminuição da capacidade de reacção, descoordenação muscular, deterioração da capacidade de reacção, diminuição da capacidade de raciocínio, aprendizagem, mudanças no estado de animo, irritabilidade, amnésia, fadiga muscular e muitas outras reacções. Ou seja, o organismo depois de uma certa quantidade de álcool, vai reagindo de diversas formas de acordo com o estado em que o álcool encontrar o corpo. Hoje em dia, na nossa sociedade, Luanda, o álcool tem sido uma das principais causas do fraco aproveitamento dos estudantes, principalmente no ensino médio e universitário, justamente por uma das consequências do uso do álcool – a diminuição da capacidade de aprendizagem e raciocínio.
Muitos indivíduos depois de consumir o álcool, sentem-se demasiado confiantes de si mesmos, acreditam ser invencíveis, tudo isso deve ao facto de o álcool provocar uma depressão do sistema nervoso que pode despoletar em comportamentos perigosos como a vontade de acelerar quando está a conduzir ou ainda fazer ultrapassagens.


Quando o consumo do álcool for excessivo e induzir a um consumo crónico, os efeitos tornam-se devastadores para o organismo como: a deterioração e atrofia do cérebro, anemia, redução das defesas no sistema imunitário, alterações do funcionamento do coração, gastrites e úlceras, inflamação do pâncreas e cancros cerebrais.

As consequências não são somente estas, a nível psicológico e neurológico também existem outras consequências como irritabilidade, insónias, delírios e também a demência alcoólica.
Em ultima instancia, quando o consumo excessivo provoca uma intoxicação aguda, pode ocorrer uma amnésia temporária, coma etílico e morte por depressão cardio respiratória.
O álcool não prejudica só o consumidor como também a sociedade, pois o álcool é uma das principais causas da desintegração familiar, violência familiar e absentismo laboral, ou seja, por a pessoa experimentar uma grande euforia, pode tornar-se agressiva no trato as demais pessoas e principalmente mulheres e crianças. Como consequência do uso do álcool, depois disso vem a ressaca que faz com que as pessoas não consigam cumprir coma as suas funções colocando em risco o desenvolvimento social.
Uma outra consequência do uso do álcool é a chamada tolerância negativa, que é o caso em que a pessoa fica completamente embriagada com o consumo de uma pequena quantidade de álcool.


Estas são apenas algumas das consequências do consumo de álcool. Actualmente o numero de mortes pelo uso de álcool e drogas tem aumentado no seio da juventude, uma situação que devia nos levar a reflectir seriamente sobre isso. Grande parte das pessoas atribui a culpa do uso abusado do álcool as dificuldades da vida, mas a verdade é que todo homem, rico ou pobre, negro ou branco, cristão ou ateu, jovem ou velho, é capaz de enfrentar a vida sem recorrer as drogas ou ao álcool, são vícios que só nos levam a destruição, são vícios que numa aparente sensação de paraíso, paz e relaxe, aos poucos vão nos tirando a vida e a liberdade, todos somos capazes de resolver nossos problemas, enfrentar nossas dificuldades sem recorrer ao uso excessivo do álcool.

José Africano Vemba

Violência Doméstica - Destruidora da Sociedade




Há algum tempo que a expressão «Violência doméstica» passou a fazer parte do quotidiano angolano. Em parte porque têm sido cada vez mais divulgados os casos de violência e também porque na maioria dos casos os agressores saem impunes. Apesar de que actualmente a violência passou a estar generalizada, não afectando só as mulheres mas também os homens, as mulheres continuam a ser as maiores vítimas da violência.
Em Angola, o sistema jurídico tem criado leis que ajudem a acabar com este crime mas das doze formas de violência doméstica apenas, as ofensas corporais com ferimentos, o homicídio, a difamação, a injúria estão tipificados como crime no código penal. As restantes, sobretudo os actos de violência doméstica mais dramáticos, fuga a paternidade, despejo familiar, ameaças, adultério, poligamia, ofensas morais e psíquicas não estão tipificadas como crime.

Em muitos casos de violência os agressores ficam impunes porque as vítimas depois de um certo tempo decidem retirar a queixa antes feita e em muitos casos nem sequer uma queixa oficial é feita, talvez por medo de uma nova agressão ou numa tentativa de não se envolver em escândalos. O que as pessoas envolvidas em casos de violência domestica não entendem é que ao não apresentar uma queixa ou retira-la, estão a beneficiar o infractor e incentivá-lo a continuar com esta prática que põe em risco a vida humana.


Em muitos casos de violência, quando envolve-se famílias com filhos, as crianças são as mais afectadas e esta situação pode comprometer seriamente as suas actividades futuras. Ou seja:
Ø  O filho que cresce vendo seu pai a bater constantemente na mãe, vai mentalizar que quando a mulher erra deve ser espancada e fazer disso uma norma tornando-se num agressor  transformado pela violência de seu pai).
Ø  A menina que cresce vendo a mãe a apanhar sempre porrada do pai, vai deduzir que a mulher deve tolerar a porrada porque isso é normal, viu a sua mãe a tolerar estes actos de violência e passará a permitir que seu marido faça o mesmo.
Desta forma teremos uma sociedade violenta e que tolera a violência doméstica pois acredita que a mulher, quando não se comporta bem, deve ser espancada. Que lugar estaremos a dar ao diálogo no meio de tudo isso? Onde estaremos a colocar aquele amor que um dia afirmamos ter pela nossa parceira?
Apesar de que grande parte das crianças que crescem em lares em que a violência doméstica é pão de cada dia tornem-se violentas, ainda existem aquelas que perante a violência tiram uma lição de vida:
Ø  Minha mãe sofreu muito com a violência de meu pai e por isso eu não posso permitir que a minha mulher passe por isso, apenas vou ama-la e sempre que tivermos um problema vou conversar com ela.
Ø  Minha mãe sofreu por tolerar sempre as agressões de meu pai, eu não vou permitir que o mesmo aconteça comigo e por isso, o homem que levanta a mão contra mim não merece meu amor, será denunciado a policia.

A violência nunca foi solução para a resolução de problemas domésticos, na verdade ela só ajuda a desintegrar a família que é o núcleo da sociedade. Assim, com a família Angolana em crise, também o pais fica em crise, crise de valores, em que a sociedade torna-se cada vez mais violenta e deixa de ter amor.
Uma coisa que digo sempre as minhas irmãs e amigas é que: se o homem já mostrou ser agressivo no namoro, é porque vai ser agressivo no casamento e por isso o melhor é afastar-se dessa pessoa. Se no namoro, em que as pessoas tendem a mostrar os seus hábitos negativos ele não hesita em agredir, no casamento como será?
A violência doméstica não faz bem a ninguém e por isso ao mínimo indicio de violência o melhor mesmo é fugir ou aconselhar a pessoa a buscar acompanhamento médico para tratar do seu ser violento.
DIGA NÃO A QUALQUER TIPO DE VIOLÊNCIA E DESPERTA PARA UMA ANGOLA MELHOR

José Africano Vemba

Xé miudo não fala política.


Xé miudo não fala política.

Esta é a frase que tem entrado constantemente nos meus ouvidos e dado cabo dos meus olhos.
Em resposta a isso que apresentar o seguinte:
O facto de ser um cidadão pertencente a um pais com um sistema politico que representa (ou deveria representar) os interesses do povo, como cidadão as decisões politicas me afectam de todas as formas e por isso devo votar para escolher aquele que melhor representa os meus interesses. Ora, para poder analisar se os meus interesses estão a ser bem representados ou não eu preciso estar por dentro da vida politica do meu pais, isto não significa que eu tenho que ser associado a um determinado partido politico mas que eu devo me identificar com aquele partido que melhores planos tem e que sabe materializa-los, pois não basta ter planos – há que materializa-los. Assim, ao dar o meu voto a determinado partido, terei que obter regularmente informações relacionadas as suas actividades e é nisso que consiste o envolvimento do cidadão na vida politica do seu pais. A falta de habitação, a falta de qualidade na saúde, o fraco acesso ao sistema de ensino, as constantes violações aos direitos humanos e outros problemas que a minha sociedade enfrenta, são problemas que devem ser resolvidos pelos políticos que um dia foram eleitos pelo povo a nos representar na assembleia nacional. Apresento a ainda os seguintes silogismos:
Os problemas do povo são resolvidos pelos políticos
Eu sou o povo
Logo os meus problemas são resolvidos pelos políticos
E ainda
A democracia é o poder do povo em favor do povo
Eu faço parte do povo
Logo a democracia é o meu poder em favor de mim e dos meus irmãos
E assim, de silogismo a silogismo vamos alcançando a mais pura verdade de que todo o povo deve estar envolvido na vida politica de seu pais.
Quando a EDEL complica o abastecimento de energia o problema é do ministério da energia e afecta o povo (eu).
Quando a ELISAL não recolhe o lixo com regularidade, eu como povo é que sou afectado.
Quando o meu pais não experimenta uma qualidade devida razoável, aceite dentro dos padrões considerados normais, o problema é do governo que foi eleito para resolver os problemas do povo e obviamente me afecta directamente.
Como querem que eu não fale política se tudo é política?
Para terminar digo que só deixarei de falar de política quando um dia existirem no meu pais a justiça e igualdade, a democracia verdadeira e a qualidade de vida para todos. Não devo ser condenado pelos meus sentimentos expressos. Dizer a verdade não é um delito.